Para que as políticas públicas de Educação Especial no Brasil sejam efetivamente implementadas, é imprescindível a presença de redes de apoio capazes de atender às diversas necessidades individuais dos alunos no contexto escolar. De acordo com Mendes, Vilaronga e Zerbato (2014), tais redes englobam uma variedade de formas de suporte, incluindo Salas de Recursos Multifuncionais, serviços itinerantes, consultoria e Coensino ou ensino colaborativo.
Baseado na colaboração entre o ensino regular e o ensino especial, o Coensino ou Ensino Colaborativo adota os princípios de uma abordagem social que considera a inclusão como uma rede de serviços fundamentada nos direitos humanos. Este modelo compreende a deficiência como resultado da estrutura social e das interações entre os indivíduos na sociedade em geral (Mendes, Vilaronga, Zerbato, 2014). Assim, o Coensino pressupõe que um professor do ensino regular e um professor especializado compartilhem a responsabilidade pelo planejamento, instrução e avaliação do ensino ministrado a um grupo diversificado de alunos (Mendes, Vilaronga, Zerbato, 2014, p. 46). Embora cada professor possa ter alunos específicos sob sua tutela, há uma partilha de responsabilidades pelo progresso de cada aluno na sala de aula regular. Enquanto o professor do ensino regular concentra-se nos conteúdos curriculares, o professor especializado auxilia no processo de ensino-aprendizagem (Friend, Hurley-Chamberlain, 2007).
No âmbito das políticas públicas de Educação Especial, o Coensino é considerado como sendo viável e eficaz à inclusão dos alunos PAEE visto que as mesmas pressupõem e determinam a atuação dos serviços de apoio de maneira articulada com o ensino nas classes comuns. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva Inclusiva (Brasil, 2008, p.9):
A educação especial direciona suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos no processo educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola, orienta a organização de redes de apoio, a formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento de práticas colaborativas.
Desta forma, acredita-se que modelos mais universais e aplicados nas salas de aula comuns são mais eficazes para proporcionar uma melhora no contexto geral da aprendizagem de todos os estudantes, sendo o Coensino um destes modelos.
Referências:
BRASIL. SEESP. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, 2008.
FRIEND, M.; HURLEY-CHAMBERLAIN, D. Is co-teaching effective? CEC Today. Arlington, jan. 2007.
MENDES, E.; VILARONGA, C. A. R.; ZERBATO, A. P. Ensino colaborativo como apoio à inclusão escolar: unindo esforços entre educação comum e especial, São Carlos: EdUFSCar, 2014.